Controle social Na atualidade o controle social é conduzido de forma global, invasivo e multimodal, tanto na área de influência ”doméstica” quanto na sua vertente etnocêntrica expansiva. Os modelos sistêmicos de apropriação, controle e “gerenciamento” da “harmonia e ordem sociais” estão cada vez mais evoluídos e permanentes, fato que vem contribuindo, a contrário senso, para uma desagregação dos tecidos culturais heterogêneos ainda em ebulição na diversidade geográfica planetária, já que, ao dissimular e transpor sua cultura e com ela seu modelo de controle social, negam às culturas subjugadas a proximidade de suas próprias similitudes e alteridade. Por outro lado, ao concentrar seus recursos, “corações e mentes” nesta nova cruzada colonialista, o sistema alienígena de controle social estabelece, por si só e na intensidade possível, um contraponto “desviante”, no sentido da desestruturação das malhas de confrontação residuais. Porém, não se percebe o contínuo esgarçar da malha residual e sim, ao contrário, a criação de núcleos infracionais de cultura e modelagens extra-cognitivos, ou seja, totalmente infensos às “táticas” de controle social então vigentes. Ao procurar estabelecer um novo patamar de “negociação”, o sistema de controle social etnocêntrico expansivo não mais consegue retomar o fluxo, ainda que mínimo, das relações anteriormente ocorridas, com o que, tende, então, à ruptura dos pressupostos políticos e de controle através dos “jogos culturais”. Nesta nova fase surge, então, os velhos argumentos do colonizador: o imperialismo etnocêntrico transparece de forma diluída em discursos ideológicos de “restauração democrática”; “ampliação da diversidade étnica”; “controle do terrorismo”; “controle do tráfico de drogas” ; etc, mas que, ao anteceder sua fase mais cruel – a guerra propriamente dita – repete à exaustão os diálogos de campeã da democracia e da liberdade. Entretanto, o modelo de colonização e controle social continua intocável, sendo, inclusive, objeto de apropriação de novas tecnologias de captação e análise de informações como modo de estabelecer um fluxo contínuo de dados estratégicos (sociais, econômicos, culturais, religiosos, etc.) das sociedades subjugadas. Tal fluxo e refluxo de “cultura” alienígena subordinada, mais que destruir, é o que alimenta o modelo sistêmico etnocêntrico expansivo. Lauriano Neto Universidade Cândido Mendes